Fiquei bem decepcionada e triste quando o meu filho me chamou de mãe chata. Como assim? Logo eu?! Uma mãe tão carinhosa e atenta? Passado o susto inicial e depois de perguntar a ele porque me achava chata, resolvi aplicar a técnica da Dra. Hebe de Moura.
Aproveitei a deixa e contei logo para os dois Davi, tinha três anos e o Antonio, cinco anos a história da mãe chata, da mãe boa e da mãe boazinha.
- Vocês sabem quem é a mãe chata? -perguntei a eles.
- A mãe chata é aquela que diz não para tudo. Posso brincar com o quebra-cabeça? NÃO? Posso ir à casa do meu amigo? NÃO. Posso pegar a minha lancheira? NÃO. É um festival de nãos o dia inteiro.
-Tem também a mãe boazinha. Essa fala sim pra tudo. Posso comer todas as bolachas? Sim. Posso ir no passeio da escola? Sim.Posso ver tv até tarde? Sim.
-Mas aí acontece um probleminha...a mãe boazinha deixa o filho assistir TV até tarde, mas no dia seguinte ele perde o passeio da escola...deixa o filho comer todas as bolachas e o filho fica com dor de barriga...
- E como é a mãe boa? -perguntaram os dois.
- A mãe boa não deixa o filho ficar vendo TV até tarde, mas no dia seguinte ele chega cedinho no passeio da escola. A mãe boa não deixa o filho ir na casa do amigo, porque a mãe dele convidou para ser gentil, mas marca uma outra data e o filho se diverte bastante num outro dia mais adequado. E por aí vai...nesta hora, os próprios meninos já estavam criando eles mesmos as situações.
Essa história funcionou bem. Ninguém me chama mais de chata, quando isso acontece, conto a história de novo. De vez em quando são eles próprios que me pedem para contá-la.
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